Ter um diagnóstico não é o fim

Os preconceitos em torno das doenças mentais ainda são uma realidade persistente em nossa sociedade. Muitas pessoas enfrentam estigmas e julgamentos ao receber um diagnóstico de um transtorno mental, o que pode ser impactante e assustador num primeiro momento. No entanto, é essencial compreender que ter um diagnóstico não é o fim; pelo contrário, é o começo de uma jornada de autoconhecimento e melhoria da qualidade de vida.

Infelizmente, os transtornos mentais ainda são cercados de mal-entendidos e preconceitos. Comentários como “é só uma fase”, “você precisa se esforçar mais” ou “isso é coisa da sua cabeça” são comuns e desqualificam a seriedade da condição. Esses preconceitos não apenas dificultam a aceitação pessoal do diagnóstico, mas também desencorajam muitos a buscar a ajuda necessária.

Receber um diagnóstico de ansiedade, depressão moderada ou baixa autoestima pode ser um choque. Muitas pessoas se sentem sobrecarregadas e incertas sobre o que fazer a seguir. No entanto, esse diagnóstico oferece uma explicação clara para os desafios que têm enfrentado, o que é um passo crucial para começar a trabalhar na resolução desses problemas.

Por exemplo, uma pessoa que convive com ansiedade pode se sentir constantemente preocupada e incapaz de relaxar, sem entender o porquê. O diagnóstico de um transtorno de ansiedade pode ser inicialmente perturbador, mas também proporciona uma nova perspectiva: as preocupações e o estresse não são uma falha de caráter, mas sim sintomas de uma condição tratável com psicoterapia.

A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é uma ferramenta poderosa que ajuda indivíduos a lidar com seus diagnósticos e transformar suas vidas. A TCC foca em identificar e modificar padrões de pensamento disfuncionais, além de desenvolver estratégias práticas para enfrentar desafios diários.

Considere o caso de um paciente, que vivia com ansiedade constante, o que afetava seu desempenho no trabalho e seus relacionamentos pessoais. Após o diagnóstico, ele iniciou a psicoterapia comigo e aprendeu técnicas de relaxamento e gerenciamento de estresse. Ele também começou a reconhecer pensamentos automáticos negativos que alimentavam sua ansiedade e a substituí-los por pensamentos mais realistas. Com o tempo, ele passou a sentir-se mais no controle de suas emoções e a desfrutar de uma vida mais tranquila e equilibrada.

Outra paciente lutava com depressão moderada, sentindo-se frequentemente desmotivada e sem esperança. O diagnóstico de depressão foi um alívio para ela, pois finalmente compreendeu que sua tristeza persistente tinha uma causa tratável. Utilizando os protocolos da TCC, ensinei a ela que é possível estabelecer metas pequenas e alcançáveis, a desenvolver uma rotina de atividades prazerosas e a reestruturar pensamentos negativos. Aos poucos, ela recuperou seu senso de propósito e encontrou alegria nas pequenas coisas do dia a dia.

Outro paciente, sempre teve baixa autoestima, sentindo-se inadequado e inseguro em suas capacidades. Após começar nossas sessões, trabalhamos na identificação das origens de suas crenças negativas sobre si mesmo. Ele aprendeu a valorizar suas conquistas e a praticar a autocompaixão. A psicoterapia o ajudou a construir uma imagem mais positiva de si mesmo, o que refletiu em melhor desempenho profissional e relacionamentos mais saudáveis.

A psicoterapia é fundamental para ajudar as pessoas a identificar aspectos de suas vidas que não estão indo bem, compreender seu funcionamento e lidar com seus diagnósticos. Este processo de autoconhecimento e desenvolvimento de habilidades de enfrentamento é vital para viver melhor. E a TCC, em particular, proporciona ferramentas práticas e estratégias que permitem às pessoas enfrentar seus problemas de maneira eficaz.

Ter um diagnóstico não é o fim, mas sim o início de uma jornada de transformação pessoal. Aceitar e entender um diagnóstico pode ser um alívio e abrir portas para um tratamento eficaz. (destacar) A psicoterapia, especialmente a TCC, oferece suporte e ferramentas necessárias para que as pessoas compreendam e gerenciem suas condições, permitindo-lhes viver de maneira mais plena e satisfatória. Se você se identifica com esses desafios, considere buscar ajuda profissional. O apoio profissional está disponível para que você não passe por isso sozinho.

Com carinho,

Daniele Barros

CRP 09/008628

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